O tema células-tronco tem
estado constantemente presente não só no meio acadêmico, mas também nos meios
de comunicação e na sociedade em geral. De fato, este é um tema instigante, que
traz muitas perspectivas para os campos da medicina regenerativa, biologia
celular e biologia do desenvolvimento.
Mas você sabe o que são células-tronco?
Para aprender um pouco mais sobre o tema, leia abaixo um pouco sobre os diferentes
tipos de células-tronco.
O que são Células-tronco?
As células-tronco são células indiferenciadas, ou seja, células não
especializadas, que podem ser definidas por duas propriedades peculiares: auto-renovação e potencial
de diferenciação (Figura 1). A auto-renovação é a capacidade que as
células-tronco têm de proliferar, gerando células idênticas à original (outras
células-tronco). O potencial de diferenciação é a capacidade que as
células-tronco têm de, quando em condições favoráveis, gerar células
especializadas e de diferentes tecidos.
De acordo com seu potencial de diferenciação, as células-tronco são
classificadas em três níveis diferentes: células totipotentes, pluripotentes e
multipotentes.
Células-tronco Totipotentes
Células-tronco totipotentes são
o único tipo capaz de originar um organismo completo, uma vez que têm a
capacidade de gerar todos os tipos de células e tecidos do corpo, incluindo
tecidos embrionários e extra embrionários (como a placenta, por
exemplo). Os únicos exemplos de células-tronco totipotentes são o óvulo
fecundado (zigoto) e as primeiras células provenientes do zigoto, até a fase de
16 células da mórula inicial (um estágio bem precoce do desenvolvimento
embrionário, antes do estágio de blastocisto) - Figura 2.
Células-tronco Pluripotentes
As células-tronco pluripotentes têm a capacidade de gerar células dos três folhetos embrionários (tecidos primordiais do estágio inicial do desenvolvimento embrionário, que darão origem a todos os outros tecidos do organismo. São chamados de ectoderma, mesoderma e endoderma). Em oposição às células-tronco totipotentes, as células pluripotentes não podem originar um indivíduo como um todo, porque não conseguem gerar tecidos extraembrionários. O maior exemplo de células-tronco pluripotentes são as células da massa celular interna do blastocisto, as chamadas células-tronco embrionárias (Figura 2).
Recentemente, cientistas desenvolveram uma técnica para reprogramar geneticamente células adultas – diferenciadas – para um estado pluripotente. As células geradas por essa técnica são chamadas de células-tronco de pluripotência induzida (iPS, da sigla em inglês induced pluripotent stem cells) e apresentam características muito parecidas com as células-tronco pluripotentes extraídas de embriões (Veja mais abaixo).
Células-tronco de Pluripotência Induzida (iPS)
Em 2006, um pesquisador japonês (Shinya
Yamanaka) desenvolveu uma técnica revolucionária para a produção de células
pluripotentes, através da reprogramação genética de células adultas de
camundongos e, em 2007, de células humanas. As células são reprogramadas pela
adição de quatro genes chamados oct-4, sox-2, Klf-4 e c-Myc, através do uso de
vetores virais (vírus modificados que transportam os fatores para dentro da
célula a ser reprogramada) (Figura 3).
A reprogramação pode ser feita com diferentes tipos celulares, mas, em geral, são usadas células da pele. As células derivadas por esse método, chamadas de células-tronco de pluripotência induzida (iPS) são muito similares às células-tronco embrionárias, apresentando as mesmas características de auto-renovação e potencial de diferenciação.
A reprogramação pode ser feita com diferentes tipos celulares, mas, em geral, são usadas células da pele. As células derivadas por esse método, chamadas de células-tronco de pluripotência induzida (iPS) são muito similares às células-tronco embrionárias, apresentando as mesmas características de auto-renovação e potencial de diferenciação.
Células-tronco Multipotentes
As células-tronco multipotentes têm
a capacidade de gerar um número limitado de células especializadas.
Elas são encontradas em quase todo o corpo, sendo capazes de gerar células dos
tecidos de que são provenientes. São responsáveis também pela constante
renovação celular que ocorre em nossos órgãos. As células da medula óssea, as
células-tronco neurais do cérebro, as células do sangue do cordão umbilical e
as células mesenquimais são exemplos de células-tronco multipotentes (Figura
4).
Lays Franklin
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