Antigo Teatro Arthur Azevedo na década de 20.
Em pleno ciclo do
algodão maranhense, no ano de 1815, dois comerciantes portugueses desejosos de
assistirem espetáculos de arte dramática e música lírica de qualidade e em
condições adequadas, aqui mesmo em São Luís, a exemplo do que assistiam em
Lisboa, decidiram edificar um grande teatro do mesmo porte das casas de óperas
da Europa e trazer de lá e do sul do Brasil as grandes companhias. Eram eles
Eleutério Lopes da Silva Varela e Estevão Gonçalves Braga.
A planta original do
que seria esta grande Casa de Espetáculos, previa uma fachada para a Rua da Paz
e a principal para o Largo do Carmo. A igreja reagiu e, com o pretexto de ser
antirreligiosa a construção de um teatro ao lado de uma igreja, afrontando seus
valores, pediu o embargo da construção.
Com uma sentença
favorável aos padres carmelitas, o Teatro começou a ser construído em 1816 com
sua fachada principal voltada para a rua do sol, com todas as condições
negativas que se conhece: o prédio ficou espremido entre outras construções,
sendo as ruas da frente e da lateral, de alta circulação automotiva com os
barulhos consequentes e perturbadores, além das dificuldades para
estacionamento.
Este teatro não seria
o primeiro e sim o quarto a ser construído na cidade de São Luís, entre 1780 e
1816. Todos de pequeno porte e sem os espaços e conforto adequados. E assim, em
apenas um ano de construção, entre 1816 e 1817, dois empreendedores privados
constroem um prédio de tamanha monumentalidade para a época. Isto há 187 anos e
até o presente momento, nenhum outro foi construído pelo poder público igual ou
maior e a cidade não tinha nem um quinto da população atual.
Edificado em estilo
arquitetônico neoclássico, constitui-se no único exemplar verdadeiro desse
estilo em São Luís. No Brasil, o neoclássico foi difundido com a chegada da
missão artística francesa, trazida por D.João VI em 1816. No Rio de Janeiro, a
primeira edificação no estilo neoclássico só ocorreu em 1819.
Nascia assim o Teatro
União, inaugurado em 1º de junho de 1817, dois anos após a inclusão do Brasil
ao Reino Unido de Portugal e Algarves, fato que originou o nome do prédio. O
projeto era grandioso. Na época, São Luís era a quarta maior cidade do Brasil e
os 800 lugares do teatro representavam 5% da população local.
Em 1852, o Teatro
União passaria a se chamar Teatro São Luiz e, em 1854, serviria de berço
para Apolônia Pinto , filha de uma atriz portuguesa que
entrou em trabalho de parto em pleno teatro. No camarim número 1, nascia uma
das grandes atrizes do teatro brasileiro, que já aos doze anos encantava
plateias com a peça "A Cigana de Paris". Este mesmo ano é marcado
pelo primeiro baile de máscaras de São Luís, à época um evento de grande
repercussão. Os restos mortais de Apolônia Pinto estão guardados no próprio
Teatro, no piso térreo, em um nicho dá acesso à plateia. Lá, a atriz foi
homenageada, ainda, com um busto em bronze e uma placa alusiva à sua brilhante
trajetória cultural, localizada no próprio camarim nº 1.
O nome Teatro Arthur Azevedo , viria na década de 20 em homenagem a um importante teatrólogo maranhense. Desde então, o lugar enfrentou momentos de crise e chegou a funcionar como cinema, além de sofrer restaurações que acabaram por descaracterizar alguns de seus elementos. Na década de 60, o governo do estado pôs fim ao contrato com a empresa cinematográfica que o havia arrendado.
O nome Teatro Arthur Azevedo , viria na década de 20 em homenagem a um importante teatrólogo maranhense. Desde então, o lugar enfrentou momentos de crise e chegou a funcionar como cinema, além de sofrer restaurações que acabaram por descaracterizar alguns de seus elementos. Na década de 60, o governo do estado pôs fim ao contrato com a empresa cinematográfica que o havia arrendado.
O Teatro hoje é
composto por: salão de entrada, plateia, palco, salão nobre, salão versátil,
sala de dança, sala de coro, bar, carpintaria, sala de costura/adereçaria,
lojinhas de souvenirs e pianos. Aos 192 anos ainda continua sendo um dos mais
importantes lugares para a distração do povo maranhense.
Postado por: Lays Franklin.
ResponderExcluir